PARA A INSTRUÇÃO DO POVO DE DEUS

Escrevo esta apresentação com a clara certeza de que estamos republicando uma obra tremendamente necessária para os presbiterianos em particular e para os evangélicos em geral. Alguns motivos:

1. Vivemos numa época que privilegia o individualismo e o subjetivismo. Cada um tem sua própria verdade e uma autoridade única e final é rejeitada.
A isso, o Catecismo Maior de Westminster contrapõe a autoridade inerrante da Palavra de Deus. Da mesma maneira que a Confissão de Fé, este Catecismo instrui o crente desde o princípio quanto à aceitação da Bíblia, as Escrituras Sagradas. Afinal, não estamos livres do perigo do subjetivismo e do individualismo.

2. Nossa época apresenta um número assustador de correntes doutrinárias e teológicas. Aliás, esse é um dos efeitos do individualismo já denunciado. Mas, como se poderia esperar, faltam a essas correntes a consistência e a harmonia necessárias. Este Catecismo, ao contrário, é um modelo de fidelidade às Escrituras e de coerência. Todos os pontos foram amplamente discutidos à luz da Bíblia, não havendo espaço para preferências pessoais quanto aos mais importantes.

3. Também constatamos hoje certa falta de esclarecimento mesmo nos meios Reformados. Há uma tendência empobrecedora de definir Calvinismo em termos de “Cinco Pontos do Calvinismo” (esse nome é infeliz e impróprio).

Os “cinco pontos” têm base bíblica e fazem parte da herança reformada, mas não esgotam a doutrina calvinista. Na verdade, nunca se pretendeu que o fizessem. Eles surgiram como resposta a um problema específico e localizado, que foi a ameaça arminiana.

O Catecismo Maior de Westminster, ao contrário, foi concebido para servir à instrução geral do povo de Deus, dentro do sistema de teologia apresentado pela Confissão de Westminster.

Essas são algumas razões por que creio na relevância desta obra e no caráter extremamente oportuno de sua republicação.

Cláudio Marra
Editor