Viver com dignidade não é tarefa fácil. No entanto, morrer com dignidade é tarefa ainda mais desafiadora. A morte tem desafiado a humanidade desde os seus primórdios, as religiões se empenham em explicá-la, o cristianismo a tem como centro de sua pregação e a medicina se desdobra para postergá-la. Mas, invariavelmente, ela chega. E, quando chega, por mais preparados que estejamos, mexe conosco. Com quem parte e com quem fica! O presente livro traz uma oportunidade poucas vezes experimentada por qualquer de nós: seguir um paciente em cuidados paliativos sabendo que o desfecho final se aproxima. Muitos de nós, médicos, já presenciamos a morte de alguém. Também não é incomum termos cuidado de alguém que veio a falecer posteriormente. Porém, poucos de nós tivemos a oportunidade de seguir alguém por mais de um ano na certeza de que sua morte se aproxima. Aproveitemos essa oportunidade de nos edificar com esse belíssimo testemunho! Cristãos, não-cristãos, profissionais de saúde ou, até mesmo, curiosos serão apresentados ao “tabu” mais prevalente da humanidade: a certeza de morrer. Poucos a encaram de frente, menos ainda são aqueles que ousam zombar da morte. Mas o apóstolo Paulo, ao compará-la com grandeza de Cristo, não titubeou em afrontá-la com as palavras que reproduzo aqui: “(...) tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? (...) Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo (1Co 15.54-57). Assim seja! - Eduardo Gomes Lima, Doutor em Cardiologia pela FMUSP, Professor Colaborador da FMUSP, Médico Assistente da Unidade de Aterosclerose do InCor HCFMUSP, Intensivista do Hospital Nove de Julho, Diácono e Primeiro Vice-Presidente da Igreja Batista Paulistana. Quando um capelão voluntário se aproxima de um doente, de mãos lavadas... e quando seu instrumental é o seu coração, cheio de amor... a sua vida se transforma. Para quem está no seu leito de morte, é um verdadeiro bálsamo. Porqu